Comum em adolescentes, epifisiólise do quadril pode estar associada à obesidade

A epifisiólise do fêmur proximal, ou epifisiólise do quadril, é uma das doenças que afetam o quadril. A patologia se desenvolve principalmente durante os períodos de crescimento rápido, no início da puberdade. Nas meninas, essa fase acontece dos 10 aos 14 anos; já nos meninos, dos 12 aos 16 anos de idade.

A ortopedista do Instituto Ferrer, Dra. Mariana Ferrer, descreve a patologia, tão comum entre os jovens. “A epífise, ou cabeça do fêmur, desliza para baixo e para trás do colo do fêmur na placa de crescimento, uma região do osso que está se desenvolvendo e apresenta maior fragilidade e propensão ao deslizamento”, explica.

De acordo com ela, a doença pode ser instável ou estável, variando de acordo com o caso. Em alguns episódios, a epifisiólise ocorre de repente, após uma pequena queda ou trauma. Frequentemente a doença se desenvolve de forma gradual ao longo de várias semanas ou meses.

A epifisiólise geralmente ocorre apenas em um lado do corpo, no entanto, em até 40% dos pacientes (particularmente aqueles com menos de 10 anos) também pode ocorrer do outro lado dentro de 18 meses. “Por isso é fundamental um acompanhamento médico de longo período”, garante a ortopedista.

A epifisiólise leve, ou estável, geralmente desencadeará dor intermitente na virilha, quadril, joelho e coxa durante várias semanas ou até meses. Essa dor geralmente piora com atividade física. O paciente também pode claudicar.

Já para os casos mais graves, ou instáveis, o paciente pode apresentar dor súbita, incapacidade de andar com o membro afetado, quadril em rotação externa, limitação do movimento de rotação interna do quadril afetado e diferença no comprimento das coxas (o lado afetado aparenta ser mais curto que o oposto).

Como se trata de uma urgência médica, o tratamento deve ser realizado o mais rápido possível, por meio de cirurgia, já que o escorregamento da cabeça do fêmur pode provocar sérios danos, como artrose no quadril ou outras deformidades. Além disso, realizar sessões de fisioterapia e exercícios dentro d’água podem ser essenciais na recuperação. Entretanto, as sessões necessitam da indicação de um ortopedista.

De acordo com Mariana Ferrer, os principais diagnósticos são realizados através de radiografias, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. “A doença é mais comum nos meninos do que nas meninas”, aponta. Veja o que pode estar associado ao desenvolvimento da epifisiólise:

  •   Peso excessivo ou obesidade.
  •   História familiar de epifisiólise.
  •   Distúrbio endócrino ou metabólico, como o hipotireoidismo e hipogonadismo.